Estevão: UMA HISTÓRIA DESAFIANTE

Estevão era um dos diáconos eleitos pela igreja primitiva para cuidar das viúvas helenitas que estavam sendo preteridas em favor das judias.  Ele foi caracterizado como um homem cheio do Espírito Santo e fé.

Estevão destacou-se por sua coragem e intrepidez ao confrontar os judeus com uma pregação fervorosa e eloquente sobre a pessoa de Jesus. Sua  habilidade era tão extraordinária que  impossibilitava aos opositores fariseus e saduceus de   discutindo o persuadirem de sua fé.

Em consequência de sua capacidade escriturística aliada a uma oratória inflamada e apaixonada,  as autoridades judaicas foram levadas tramar a sua morte acusando-o de heresia e blasfêmia. Assim, Estevão foi levado para o Sinédrio  para se defender das acusações levantadas contra ele.

Estevão com o rosto parecendo como de um anjo faz um levantamento histórico da nação judaica revelando os atos de rebeldia, desobediência e idolatria. Ele expõe que o povo sempre se recusou a submeter-se a Deus, rebelando-se contra os profetas enviados por Ele para corrigir e incentivar a uma vida de arrependimento e quebrantamento diante do Senhor.  Começando com a recusa de submissão a autoridade e Moisés, passando pelos assassinatos dos profetas enviados por Deus  e culminado com a morte do Messias, eles  se caracterizaram como um povo de dura cerviz  que resistiam a ação do Espírito Santo.

O discurso inflamado e acusatório fez com que o povo ficasse enfurecido e rilhando os dentes se arremessaram contra Estevão e levando-o para fora da cidade o apedrejaram até a morte sem nenhuma piedade ou misericórdia.

O mártir Estevão caindo com as pedradas, levanta os olhos e vê o céu, aberto  e o Filho do homem em pé a direta de Deus e diz: “Senhor, não lhes impute este pecado.” Dizendo isto morre.

            Esta é uma história desafiante, de um homem que não transigiu e não se acomodou. Ele foi alguém que com coragem e ousadia confrontou as autoridades religiosas e políticas de seu tempo, mostrando os erros e pecados cometidos. E mesmo em face do risco de morte, não se acovardou omitindo-se ou mesmo não se vendendo  associando-se as estruturas de poder político/religiosa.

            Neste tempo de mercantilismo da fé, de moralidades questionáveis, em que a corrupção alcança de forma alarmante todas as estruturas do poder político/religioso de nossa nação, precisamos de homens e mulheres como Estevão, cheios do Espírito Santo e fé e com muita coragem para denunciar os erros e pecados das autoridades políticas e religiosas de nossa nação.

No temor do Senhor.

Rev. Luiz Carlos Correa