“Os cristãos evangélicos estão aderindo a estilos de vida hedonistas, materialistas, egoístas e sexualmente imorais com a mesma propensão que o mundo em geral”. Michael Horton
Era uma vez uma grande religião que, com o passar dos séculos, se espalhou por todo o mundo. Mas nos lugares onde ela existia por mais tempo, seus adeptos foram aos poucos se tornando complacentes, mornos e céticos. Aliás, muitos líderes dos grupos mais antigos chegaram até mesmo a rejeitar publicamente algumas de suas crenças mais fundamentais.
Em resposta, surgiu um movimento de renovação apoiando de maneira apaixonada os clamores históricos da velha religião e convidando entusiasticamente os não-cristãos de todo o mundo a abraçar a fé antiga. Rejeitando o ceticismo dos líderes que já não acreditavam mais no Deus que faz milagres, integrantes do movimento de renovação argumentavam com veemência que seu Deus não apenas realizou milagres no passado, como também ainda transformava de maneira milagrosa aqueles que passavam a crer. O cerne da pregação desse grupo era um "novo nascimento", radical e miraculoso, que dava início a uma renovação e transformação moral profunda e definitiva. Com o tempo, o movimento de renovação floresceu de tal maneira que tornou-se um dos braços mais influentes da religião como um todo.
Não é surpresa o fato de que os números do movimento de renovação se traduziram em influência política. E o movimento tinha tanta confiança em suas crenças e afirmações que persuadiu os líderes da nação a fazer o governo trabalhar lado a lado com as organizações religiosas envolvidas com serviços sociais, a fim de resolverem juntos os graves problemas do país. Os adeptos do movimento de renovação sabiam que, na maioria das vezes, a miraculosa transformação moral de caráter acontecia quando pessoas quebrantadas abraçavam a grande religião. Eles também se uniam a políticos para fortalecer a definição tradicional de casamento, pois seus textos antigos ensinavam que a aliança vitalícia entre um homem e uma mulher é o cerne do propósito do Criador para a família.
Logo os pesquisadores começaram a fazer pesquisas de opinião. A despeito das afirmações ufanistas dos integrantes do movimento de renovação sobre a transformação
miraculosa, as pesquisas mostravam que os adeptos do movimento se divorciavam e batiam em suas mulheres tanto quanto seus vizinhos seculares. Eram tão materialistas quanto seus amigos pagãos e até mesmo mais racistas que eles. Frente a essa hipocrisia gritante, os céticos mais radicais riam de prazer cínico. A população em geral estava confusa e enojada. Muitos líderes do movimento de renovação simplesmente entravam no ritmo de seus programas promocionais, agora muito bem-sucedidos e altamente sofisticados. Outros choravam.
miraculosa, as pesquisas mostravam que os adeptos do movimento se divorciavam e batiam em suas mulheres tanto quanto seus vizinhos seculares. Eram tão materialistas quanto seus amigos pagãos e até mesmo mais racistas que eles. Frente a essa hipocrisia gritante, os céticos mais radicais riam de prazer cínico. A população em geral estava confusa e enojada. Muitos líderes do movimento de renovação simplesmente entravam no ritmo de seus programas promocionais, agora muito bem-sucedidos e altamente sofisticados. Outros choravam.
Este relato é um texto do livro: “Escândalo do comportamento evangélico” de Ronald J. Sider. Neste livro, o autor releva por meio de diversas pesquisas que o comportamento do “povo evangélico” não tem sido diferente daqueles que os evangélicos costumam chamar de incrédulos ou não convertidos.
Alisando questões como divórcio, imoralidade sexual, abuso físico no casamento, materialismo, racismo, etc..., o autor revela que o comportamento dos evangélicos é igual o daqueles que não professam e não vivem a fé evangélica. Isto é, o comportamento ético-moral de muitos evangélicos deixa muito a desejar, pois a verdades bíblicas não são vividas no dia a dia, revelando uma profunda distância e contraste entre o Evangelho apresentado pelo Senhor Jesus e vivido pela igreja primitiva com o Evangelho consumista, humanista, triunfalista, hedonista vivido hoje.
Qual é a realidade atual? Creio que Haddon Robison expressa isto quando disse: “Atualmente, muitas pessoas entram na igreja como consumidores numa loja. Se o produto lhes agrada, ficam por lá. Caso contrário, vão embora. As pessoas não conseguem mais imaginar uma igreja disciplinando-as, afinal é absurdo imaginar que uma loja poderia discipliná-las, Não é função do vendedor disciplinar o consumidor. O que acontece em nossas igrejas é que seus membros adquiriram uma mentalidade de consumidor.”
O que fazer? Talvez menos festas, menos shows, menos entretenimentos e mais contrição, confissão, arrependimento e comprometimento com Deus, quem sabe se Deus se voltará para nós e deixará uma bênção? Como o profeta Joel disse: “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se... Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o teu povo ... Por que hão de dizer entre os povos: Onde está o seu Deus?”
Rev. Luiz Carlos Correa
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