terça-feira, 28 de agosto de 2007

OS MÁRTIRES DE LIÃO


A história da Igreja apresenta muitos casos de perseguição religião contra os cristãos e um dos casos mais dramático e terrível foi a perseguição movida contra os cristãos em Lião, na França, no período de 177-178. d.C. O fato foi relatado na História da Igreja por Eusébio.

O relato começa desta forma: “A perseguição foi de uma violência tal neste país, a raiva dos pagãos tão grande contra os santos, e nossos bem-aventurados mártires sofreram tanto, que nós não saberíamos encontrar as palavras necessárias para vos fazer uma descrição completa do que ocorreu.” Um dos torturados foi Sanctus, que “superior a tudo, suportou com valor sobre humano todas as torturas dos carrascos... O governador e os carrascos rivalizavam então em crueldade contra eles. E quando as torturas habituais foram esgotadas, fizeram aquecer lâminas de bronze e lhas aplicaram, ardentes, nos pontos mais sensíveis do corpo. Estas partes de seu corpo queimavam, mas ele, sem vacilar, permanecia inabalável e firme na afirmação de sua fé.” Mais adiante “Maturus e Sanctus sofreram novamente no anfiteatro toda sorte de tormentos com se antes não tivesse sido torturados... Trouxeram “a cadeira de ferro onde os corpo, tostando, exalavam um odor de gordura ... para terminar, pois a vida dos mártires resistia ainda após essa luta, degolaram-nos. Nesse dia, os mártires oferecidos em espetáculo bastaram para substituir os duelos de gladiadores e suas peripécias”.

Outro Martirizado foi Potino, bispo de Lião que tinha mais de 90 anos. “De saúde muito fraca, mal podia respirar, tão gasto estava o seu corpo. Mas ao ardor do Espírito lhe deu forças, pois desejava o martírio.” No tribunal “o governador perguntou-lhe qual era o deus dos cristãos.” E ele respondeu: Se fordes digno, disse ele, Sabê-lo-eis. Então arrastaram-no brutalmente e maltrataram-no mais ainda. Os mais próximos davam-lhe pontapés ou socos, sem respeito, apesar de sua idade avançada. Os que estavam mais longe lançavam-lhe tudo o que lhes caía às mãos. Cada qual pensava fazer grave pecado não o ultrajando... O mártir já mal respirava quando o jogaram na prisão. Aí morreu dois dias depois.”

Blandina foi a última a ser martirizada. “Após os chicotes, as feras, a grelha, puseram-na numa rede, para ser atirada a um touro. Lançada ao ar por várias vezes pelo animal, não sentia mais nada, toda na esperança das recompensas prometidas, entregue à sua conversão com Cristo. Finalmente degolaram-na, e os próprios pagãos confessaram que jamais, entre eles, mulher alguma padecera tantos e tão cruéis sofrimentos.

Como tudo isto terminou? “Durante seis dias, os corpos dos mártires ficaram expostos em pleno ar e insultados de todas maneiras. Em seguida queimaram-nos, e quando foram reduzidos a cinza, os ímpios as varreram e jogaram no Ródano, que corre ali perto, para não restar sobre a terra a menos relíquia dos mártires. Fazendo isso, os pagãos criam vencer a Deus e impedir os mortos de ressuscitar.”

O Autor da Carta ao Hebreus diz: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta.”

Rev. Luiz Carlos Correa

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